21.9.06

Origens

A origem do sargento perde-se na noite dos tempos, nas legiões romanas encontramos aquilo que pode ser considerado um seu antecedente – O Centurião. Competia-lhe o comando da Centúria, e apesar do seu lugar de destaque, acompanhava de uma forma permanente os seus homens, no acampamento, na marcha para o contacto e na batalha.Ao longo da história de Portugal, encontramos diversas referências ao Sargento-Mor, detentor de diversas competências técnicas, a maior parte das vezes, relacionadas com a preparação das tropas milicianas para fornecer os Exércitos, gozando de uma grande importância, devido à sua experiência militar.A partir do Século XVI, os Sargentos passaram a ser os auxiliares dos Capitães para os serviços administrativos, sendo eleitos por estes de entre todos os soldados e cabos de esquadra, por seu turno, os capitães eram eleitos de entre os sargentos. Também o «Preboste-geral» do exército (Oficial de Justiça) só poderia ser ocupado por indivíduos que na guerra tivessem tido o posto de sargento ou alferes.No Século XVIII, a estrutura militar portuguesa é reorganizada pelo Conde de Lippe, o qual segundo o decreto de 16 de Fevereiro de 1764 reconheceu ao “oficial inferior” (Sargento) a competência para responder pelas companhias, determinando também, que eles "deveriam saber ler e escrever correctamente, porque o oficial comandante poderia não o saber por ser fidalgo".Entretanto o Conde de Lippe vê-se forçado a regressar a casa, sem ter visto os seus propósitos iniciais: um exército organizado sob o seu comando, com a hierarquia devidamente estruturada e as três classes a funcionarem com dignidade. No futuro a nobreza e seus continuadores tudo farão para inverter os dados sobre o grau de instrução e cultura das classes militares: as escolas para os oficiais, o quase analfabetismo para os sargentos, ao mesmo tempo que se diluía a separação entre os sargentos e praças. Já no Século XX, os sargentos, juntamente com os cabos e os soldados, passaram a pertencer às "praças de pré", para, desta forma, erradicar dos espíritos alguma recordação do tempo em que a designação de oficial tanto se aplicava ao capitão, como ao sargento.A Guarda Nacional Republicana é a descendente directa da Guarda Real da Polícia criada no princípio do séc. XIX, passando por várias denominações até atingir a actual.A Guarda Real da Polícia de Lisboa foi criada em 1801, seguindo o modelo da Gendarmerie francesa. No final de Maio de 1834, como resultado da Guerra Civil, o Rei D. Pedro IV, extingue esta e a do Porto, criando a Guarda Municipal de Lisboa e a Guarda Municipal do Porto com características idênticas. Em 1868 ambas as Guardas foram colocadas sob um Comando-Geral unificado, instalado no Quartel do Carmo em Lisboa, que ainda hoje é o Quartel-General da GNR. A Guarda Municipal era considerada parte do Exército Português mas estava dependente do Ministério do Reino para todos os assuntos respeitantes à Segurança Pública.Depois do golpe de estado de 5 de Outubro de 1910, o nome da Guarda Municipal foi alterado para Guarda Republicana. Através do decreto de 3 de Maio de 1911 foi criada a Guarda Nacional Republicana, substituindo a Guarda Republicana, como uma força de segurança composta por militares, organizada num corpo especial de tropas, dependendo em tempo de paz do ministério responsável pela segurança pública, para efeitos de recrutamento, administração e execução dos serviços correntes, e do ministério responsável pelos assuntos militares para efeitos de uniformização e normalização da doutrina militar, do armamento e do equipamento. Em situação de guerra ou de crise grave, as forças da GNR ficarão operacionalmente sob comando militar. Portanto, ao longo de toda esta evolução histórica, os problemas que afectaram os Sargentos em geral, também atingiram os Sargentos que serviram nas instituições que antecederam a Guarda Nacional Republicana e aqueles que serviram nesta força de segurança, tendo, sempre, em linha de conta a especificidade da sua missão.

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