«A GNR é modelo de referência para a polícia timorense», afirmou hoje o Presidente de Timor-Leste - José Ramos-Horta, na cerimónia de condecoração do contingente português em Díli.
«Não se trata apenas de uma preferência pessoal, mas sim do desejo convicto dos timorenses com responsabilidades na área de segurança», declarou José Ramos-Horta.
«Não se trata apenas de uma preferência pessoal, mas sim do desejo convicto dos timorenses com responsabilidades na área de segurança», declarou José Ramos-Horta.
O chefe de Estado timorense presidiu hoje à cerimónia de condecoração dos militares da GNR que estão há seis meses em Timor-Leste, que contou com a presença do ministro da Administração Interna português, Rui Pereira, em visita ao país.
A Guarda Nacional Republicana tem actualmente em Díli 142 militares, constituídos no Subagrupamento Bravo, uma das quatro forças autónomas de polícia (FPU) da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT). Ao todo, Portugal tem em Timor-Leste 192 elementos da GNR, PSP e SEF.
O Estado português gastou cerca de 9 milhões de euros desde Junho de 2006 com as forças de segurança em missão em Timor-Leste, afirmou à Agência Lusa um elemento da delegação do ministro da Administração Interna.
Cada militar português integrado numa FPU custa 4.500 euros mensais, ou 5.000 euros mensais no caso dos elementos deslocados no âmbito da cooperação bilateral, segundo a mesma fonte. Isso representa um custo actual de cerca de 910 mil euros por mês.
Elogiando a missão da GNR em Timor-Leste, José Ramos-Horta sublinhou que os polícias timorenses «querem rever-se na estrutura hierarquizada dos seus colegas portugueses».
O chefe de Estado apresentou a GNR como uma força «assente na disciplina consentida, na prontidão ininterrupta para o serviço e num exigente grau de formação contínua».
São esses atributos que «resultam numa polícia altamente profissionalizada e operacionalmente eficaz», acrescentou José Ramos-Horta.
«Não queremos diversificar demais», explicou o Presidente da República à Agência Lusa a propósito da opção timorense por um modelo português de formação da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).
José Ramos-Horta salientou que a experiência de ter diferentes contribuições na formação básica da PNTL, como aconteceu no pós-independência no quadro das missões internacionais, provou não produzir bons resultados.
O Presidente da República sublinhou, ao mesmo tempo, que, a nível da formação especializada, Timor-Leste quer «envolver a Austrália, que ofereceu um grande pacote de ajuda de formação da PNTL».
«Queremos ver Portugal e a Austrália a cooperar trilateralmente» na formação das forças de segurança timorenses, declarou José Ramos-Horta à Lusa.
Na cerimónia de condecoração do Subagrupamento Bravo, o ministro da Administração Interna renovou a «disponibilidade de Portugal» para a cooperação na área de segurança.
Rui Pereira declarou à Lusa que, nas reuniões com o Presidente da República e com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, deu a conhecer a experiência portuguesa «desde meados dos anos 80».
O ministro português recordou os passos da «construção do sistema de segurança interna e do sistema de informações da República, porque essa experiência pode dar lições a um Estado jovem». Rui Pereira aconselhou os líderes timorenses «a criar apenas uma polícia, com valências especializadas, e apenas um sistema de informações, com uma valência interna e outra externa».
«Para um Estado que está a começar a criar instituições, convém concentrar esforços e energias», afirmou o ministro português à Lusa.
Esses conselhos foram repetidos na reunião de trabalho que Rui Pereira teve hoje com o secretário de Estado da Segurança timorense, Francisco Guterres, convidado a visitar Portugal nos próximos meses.
Diário Digital / Lusa
10-01-2008 8:54:00
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