Tal como tinha sido referido, uma delegação desta Associação deslocou-se hoje ao Ministério da Administração Interna, a fim de ser auscultada sobre a reestruturação da Guarda Nacional Republicana.
A reunião centrou-se na discussão sobre o relatório da “Accenture”, estando presentes, o Dr. António Costa, Ministro de Estado e da Administração Interna, bem como o Dr. José Magalhães, Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna e o Dr Rocha Andrade, subsecretário de Estado da Administração Interna.
Esta Associação desde que existe, tem alertado para a necessidade da Guarda Nacional Republicana sofrer uma reestruturação profunda, acompanhada de uma gestão racional de efectivos e meios, tendo em vista um cabal desempenho da missão que lhe está atribuída, não obstante a manutenção do seu cariz militar.
A primeira questão que se levantou foi a dos escalões de comando, tendo esta associação referido que nesta matéria se torna necessário que o comando se aproxime das bases, contribuindo desta forma para uma execução mais agilizada das diversas vertentes da missão da GNR, e que a haver eliminação de algum desses patamares, esta deveria incidir sobre o escalão Brigada. Tal como a colocação dos Destacamentos de Trânsito e Fiscais na dependência dos Grupos, com uma articulação idêntica à da Investigação Criminal e do SEPNA merecem a aprovação desta Associação.
Foi acolhida favoravelmente a possibilidade de concentração do Regimento de Infantaria e de Cavalaria, bem com a constituição de uma Unidade de Representação. Referindo esta Associação que devidamente à sua matriz militar, a GNR deveria ter a exclusividade de tudo o que se relacionasse com a Manutenção da Ordem Pública (incluindo Operações Especiais), inactivação de engenhos explosivos, escolta e segurança de altas entidades.
Também é consensual a eliminação de alguns Postos Territoriais, sobretudo os de reduzido efectivo, devendo os elementos que os compõem ser reafectados a outros Postos, permitindo assim um melhor policiamento. Contudo, alertou-se que não seria muito viável a colocação de militares nas juntas de freguesia, apenas em regime de atendimento, nas zonas onde fossem encerrados os Postos, e que seria prestado um melhor serviço às populações, se fosse utilizado um Posto Móvel devidamente apetrechado, o que permitiria, um policiamento de proximidade, a prevenção e repressão de eventuais ilícitos. Qualquer Posto que se mantenha em funcionamento, para que seja possível a implementação de turnos de 6 horas, deverá ter um mínimo de 32 elementos, o que não é de todo descabido, devido ao aumento da idade em que se transita para a reserva, e à possibilidade de aproveitamento de funcionários públicos para determinadas tarefas.
No capítulo da formação, foi referido que o nível de escolaridade de ingresso tem de ser igual nas duas forças de segurança, para evitar certos estigmas e a criação e alguns estereótipos que acompanham a GNR desde há alguns anos e que são susceptíveis de diversos tipos de aproveitamento, designadamente, aparecer aos olhos da opinião pública como uma força de segurança de segunda linha. Relativamente aos oficiais, defendeu-se que a sua formação deveria ter uma maior componente na vertente policial, não se perdendo de vista a matriz militar, nada obstando a que a formação fosse conjunta com os oficiais destinados à PSP, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, o qual deveria sair da alçada da Polícia de Segurança Pública, transitando para a esfera do MAI, sendo que para o efeito bastaria uma alteração da lei orgânica deste Ministério. Tendo em conta que a dado passo do relatório da “Accenture” consta que os Postos deverão ser tendencialmente comandados por oficiais, foi referido que tal medida não era do agrado desta Associação, mas caso venha a ser implementada (tendo sido esclarecido que a sê-lo será apenas num número reduzido de Postos), foi proposto que para o efeito fosse permitido aos Sargentos ascender à categoria de Oficiais em moldes diferentes daqueles que são permitidos actualmente, tendo em vista o comando dessas subunidades, à semelhança do caminho que foi trilhado pela Gendarmerie em França. Também foi recebida negativamente a possibilidade de admissão de Sargentos que não sejam oriundos da categoria de Praças da Guarda Nacional Republicana.
A reunião centrou-se na discussão sobre o relatório da “Accenture”, estando presentes, o Dr. António Costa, Ministro de Estado e da Administração Interna, bem como o Dr. José Magalhães, Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna e o Dr Rocha Andrade, subsecretário de Estado da Administração Interna.
Esta Associação desde que existe, tem alertado para a necessidade da Guarda Nacional Republicana sofrer uma reestruturação profunda, acompanhada de uma gestão racional de efectivos e meios, tendo em vista um cabal desempenho da missão que lhe está atribuída, não obstante a manutenção do seu cariz militar.
A primeira questão que se levantou foi a dos escalões de comando, tendo esta associação referido que nesta matéria se torna necessário que o comando se aproxime das bases, contribuindo desta forma para uma execução mais agilizada das diversas vertentes da missão da GNR, e que a haver eliminação de algum desses patamares, esta deveria incidir sobre o escalão Brigada. Tal como a colocação dos Destacamentos de Trânsito e Fiscais na dependência dos Grupos, com uma articulação idêntica à da Investigação Criminal e do SEPNA merecem a aprovação desta Associação.
Foi acolhida favoravelmente a possibilidade de concentração do Regimento de Infantaria e de Cavalaria, bem com a constituição de uma Unidade de Representação. Referindo esta Associação que devidamente à sua matriz militar, a GNR deveria ter a exclusividade de tudo o que se relacionasse com a Manutenção da Ordem Pública (incluindo Operações Especiais), inactivação de engenhos explosivos, escolta e segurança de altas entidades.
Também é consensual a eliminação de alguns Postos Territoriais, sobretudo os de reduzido efectivo, devendo os elementos que os compõem ser reafectados a outros Postos, permitindo assim um melhor policiamento. Contudo, alertou-se que não seria muito viável a colocação de militares nas juntas de freguesia, apenas em regime de atendimento, nas zonas onde fossem encerrados os Postos, e que seria prestado um melhor serviço às populações, se fosse utilizado um Posto Móvel devidamente apetrechado, o que permitiria, um policiamento de proximidade, a prevenção e repressão de eventuais ilícitos. Qualquer Posto que se mantenha em funcionamento, para que seja possível a implementação de turnos de 6 horas, deverá ter um mínimo de 32 elementos, o que não é de todo descabido, devido ao aumento da idade em que se transita para a reserva, e à possibilidade de aproveitamento de funcionários públicos para determinadas tarefas.
No capítulo da formação, foi referido que o nível de escolaridade de ingresso tem de ser igual nas duas forças de segurança, para evitar certos estigmas e a criação e alguns estereótipos que acompanham a GNR desde há alguns anos e que são susceptíveis de diversos tipos de aproveitamento, designadamente, aparecer aos olhos da opinião pública como uma força de segurança de segunda linha. Relativamente aos oficiais, defendeu-se que a sua formação deveria ter uma maior componente na vertente policial, não se perdendo de vista a matriz militar, nada obstando a que a formação fosse conjunta com os oficiais destinados à PSP, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, o qual deveria sair da alçada da Polícia de Segurança Pública, transitando para a esfera do MAI, sendo que para o efeito bastaria uma alteração da lei orgânica deste Ministério. Tendo em conta que a dado passo do relatório da “Accenture” consta que os Postos deverão ser tendencialmente comandados por oficiais, foi referido que tal medida não era do agrado desta Associação, mas caso venha a ser implementada (tendo sido esclarecido que a sê-lo será apenas num número reduzido de Postos), foi proposto que para o efeito fosse permitido aos Sargentos ascender à categoria de Oficiais em moldes diferentes daqueles que são permitidos actualmente, tendo em vista o comando dessas subunidades, à semelhança do caminho que foi trilhado pela Gendarmerie em França. Também foi recebida negativamente a possibilidade de admissão de Sargentos que não sejam oriundos da categoria de Praças da Guarda Nacional Republicana.
No seguimento desta temática, e embora o tema da reunião fosse o relatório da "Accenture", foram ainda abordadas algumas questões relativas à categoria dos Sargentos, designadamente a reformulação do CFS, e a sua adaptação às necessidades actuais, no seguimento daquilo que já se escreveu neste blogue num artigo intitulado "O Sargento da Guarda Nacional Republicana" publicado em 15/10/2006.
Relativamente à possibilidade da ascensão à categoria de Oficial General por parte de Oficiais da GNR, esta foi acolhida favoravelmente pela ANS/GNR, sendo que esta transição deverá ser iniciada com recurso aos Oficiais oriundos dos denominados CFO, não se devendo esperar pelo momento em que os Oficiais oriundos da Academia Militar tenham condições para o efeito.
Foi referido, expressamente, pelo Sr. Ministro que o modelo dual (uma força policial civil e outra militar) é para manter, porque é aquele que melhor se adapta à realidade portuguesa, quanto ao critério de separação, entre as duas Forças de Segurança, poder-se-ia optar pelo critério funcional ou pelo territorial. Optar-se-á pelo territorial. Neste capítulo, há três hipóteses: desfazer as freguesias partilhadas; eliminar as zonas de descontinuidade (bolsas), e atender ao número de habitantes das localidades. Ao que consta a prioridade é desfazer as “partilhas” e eliminar as zonas de descontinuidade. Dado que o desempenho das duas forças de segurança é idêntico, o número de habitantes das localidades não será tido em linha de conta, tendo sido afirmado que devido ao mal-estar e ansiedade que as notícias vindas a público estão a provocar, tal questão irá ser definitivamente esclarecida muito em breve. Esta associação aproveitou para alertar a tutela para as diversas implicações da deslocação de efectivos, tanto da GNR, como da PSP em face da reorganização territorial.
Finalmente, a ANS/GNR pronunciou-se favoravelmente relativamente à questão de um determinado conjunto de serviços, designadamente intendência, mecânicos, barbeiros, messes, bares, secretarias, passarem a ser prestados por entidades externas, devido ao elevado número de recursos humanos que são canalizados para o seu desempenho e que poderão estar afectos à actividade operacional. Não podendo essas tarefas servir como depósito para os elementos que não reúnem características para o desempenho das tarefas policiais.
Relativamente à possibilidade da ascensão à categoria de Oficial General por parte de Oficiais da GNR, esta foi acolhida favoravelmente pela ANS/GNR, sendo que esta transição deverá ser iniciada com recurso aos Oficiais oriundos dos denominados CFO, não se devendo esperar pelo momento em que os Oficiais oriundos da Academia Militar tenham condições para o efeito.
Foi referido, expressamente, pelo Sr. Ministro que o modelo dual (uma força policial civil e outra militar) é para manter, porque é aquele que melhor se adapta à realidade portuguesa, quanto ao critério de separação, entre as duas Forças de Segurança, poder-se-ia optar pelo critério funcional ou pelo territorial. Optar-se-á pelo territorial. Neste capítulo, há três hipóteses: desfazer as freguesias partilhadas; eliminar as zonas de descontinuidade (bolsas), e atender ao número de habitantes das localidades. Ao que consta a prioridade é desfazer as “partilhas” e eliminar as zonas de descontinuidade. Dado que o desempenho das duas forças de segurança é idêntico, o número de habitantes das localidades não será tido em linha de conta, tendo sido afirmado que devido ao mal-estar e ansiedade que as notícias vindas a público estão a provocar, tal questão irá ser definitivamente esclarecida muito em breve. Esta associação aproveitou para alertar a tutela para as diversas implicações da deslocação de efectivos, tanto da GNR, como da PSP em face da reorganização territorial.
Finalmente, a ANS/GNR pronunciou-se favoravelmente relativamente à questão de um determinado conjunto de serviços, designadamente intendência, mecânicos, barbeiros, messes, bares, secretarias, passarem a ser prestados por entidades externas, devido ao elevado número de recursos humanos que são canalizados para o seu desempenho e que poderão estar afectos à actividade operacional. Não podendo essas tarefas servir como depósito para os elementos que não reúnem características para o desempenho das tarefas policiais.
29 comentários:
Só quero saber onde fica a minha esteva, que esteva me espera, fiquei na mesma.
Carríssimo O´Nill
Que foi a ASNG fazer ao MAI ?
As prostas que levaram na bagagem não vão contar para nada, pois as linhas de reestruturação da GNR já estão traçadas.
Os senhores ainda não compreederam que só foram lá chamados para serem informados de que era ponto assente que o estudo da ACCENTURE ia ser implementado.
Isso já o povo sabia.
Que trouxeram de lá ?
Garantias de quê.
Mais aumentos de trabalho e responsbilidades:
Menos salário e mais descontos:
LKJ
Não estou a gostar nada, mas nada desta brincadeira, que raio de propostas são estas, então nos militares vamos querer que nos sejam atribuídas funções de natureza civil, então estes senhores não sabem que o GOE/PSP é a ùnica unidade anti-terrorista com existência legal e é um grupo de natureza civil assim acontece também no Corpo Nacional de Polícia ( Espanha) e Polícia Nacional Francesa, basta de dizer disparates já para não falar da segurança às altas autoridades. A GNR deve desempenhar as suas funções de Polícia rural e os seus militares devem saír dos locais onde só fazem número como é Lisboa ( com 8 000 militares ) e serem distribuídos pela província. A GNR devia ser o 4º ramo das forças armadas.
Caro sargento ajudante O' Neill, é pena que alguns dos nossos sargentos estejam com medo que os "tachos" se acabem, só são sargentos da guarda para fazer comentários destrutivos, apenas sou 2º sargento, poucas coisas ainda sei, mas já aprendi uma coisa consigo, saber lutar pelos nossos direitos e servir a população, espero que a reestruturação avance, e não fique só no papel, quem quer ser guarda tem que servir a população e não estar no bar ás 09H00 pra tomar o pequeno almoço , ao 12H00 ir almoçar e ir a correr para o transporte público ás 17H00, estes senhores como se costuma dizer ainda haviam de pagar para serem guardas.
Força ANSG
ao rapaz que ficou muito melindrado com acerca da proposta relativamente ao GOE e outras coisas afins, gostaria que apresentasse um documento oficial onde se refira que a Guarda só deva estar presente em zonas rurais e a PSP em zonas urbanas? Embora haja para aí uns teóricos que devido a interesses próprios advoguem tal posição.
Até podia ser um documento sargento ou um documento praça, que na net vigora a democracia!!!
Precisavamos era de perceber a ideia do camarada.
Oh desalojado explica lá ao povo o razão de ser do teu nick name.
O meu está bom de ver né, caras???
João Bafo de Onça
É fruto de um processo sociológico muito complicado.
Um dia relatarei em pormenor, esse episódio recambolesco que deu origem ao meu "nick name".
Mas apesar do "nick name" continuo com "Chelas in mi corazon".
Ao LKJ,
Foste a voz lúcida deste presente envenenado a q se chama restruturação da Guarda, patrocionada por um pseudo-estudo ( as conclusões foram validadas cientifica e metodologicamente? Os argumentos são falaciosos e eivados de sofismas? Há uma tendência para se propor umas hipóteses em detrimento de outras? As vantagens e inconvenientes foram analisadas? As soluções foram submetidas ao teste da verificação? A argumentação é sustentada a partir de premissas válidas - Veja-se os erros quando se procura identificar e medir o "Valor da GNR".Por que só se previligiou a vertente da gestão em detrimento de outras visões? Quem fez os estudos tem alguma coisa a lucrar com as conclusões? Há isenção e postura científica?). Daqui a 10 anos ainda hverão de falar de reestruturação. Aliás este pais anda sempre a mudar.Não muda é para melhor...
Sei por mim próprio que os exilados se alimentam de esperança» (Ésquilo-c.526-456)
ASS:##
Para o anônimo "que disse ao LKJ":
Pois!
O busilis da questão é que não se trata de sério trabalho científico mas sim de manobra política.
E a política é a "arte" do possível.Também há quem diga que é aquilo que fazem os políticos...
Aos poucos, vê-se para que lado sopra o vento.E a Guarda, consciente ou inconscientemente, pode ser lançada no caminho da destruição.
A um senhor que aí para trás fez algumas referências menos abonatórias relativamente à GNR, veja esta notícia que constitui uma verdadeira pedra preciosa:"Boné dá briga violenta entre graduados da PSP".Se é assim entre graduados eu imagino o resto. Isto fica mal em qualquer força de segurança, mas pior fica numa que se arroga de altamente civilizada e como sendo a única capaz de policiar centros urbanos de elevada densidade populacional. Já sei deve ser do stress, ou de alguma depressão (agora está muito na moda).
Amigo O'Nill;
Acho que foram ao Mai fazer qualquer coisa, quanto mais não seja,para relembrar que existimos. Mais acredito que não tenha sido apenas para isso. Muito embora seja minha convicção pessoal que o Ministro da Tutela já tenha decidido pessoalmente a posição que vai tomar, entendo o seu acto de vos receber, como um sinónimo de respeito para com a nossa associação.Efectivamente sou sócio da nossa associação, com quotas actualizadas. Já passei por várias Unidades da Guarda, estando nos ultimos dez anos no Comando de Postos Territoriais, pelo que julgo que para além de todas as formações académicas, a experiência, quando aproveitada, é um optímo conselheiro, pelo que sinto poder fazer alguns comentários pessoais sobre a nossa instituição, assim como alguns comentários, passe a redundância a comentários que li nesta página.
Penso que não será difícil perceber que quem diz que a Guarda deve ir para os meios rurais, não deverá ser militar da Instituição.
Quanto à questão das operações especiais, explosivos etc, não seria nada descabido estar sob a alçada da GNR, uma vez que esta Força policia a maior parte do território. Não deve a Policia estar próximo do cidadão? Pois actualmente com a nova Lei das armas, muitos cidadãos, para tratarem dos seus processos de armas de legalização das mesmas, têm de percorrer várias dezenas de quilómetros, ás vezes mais de uma centena, para o fazer. Se essa competência estivesse atribuida à GNR, essas distâncias diminuiam substancialmente, ou então como era com a anterior Legislação.
Quanto ao facto da associação ter feito sentir ao Ministro da tutela a necessidade da equiparação das habilitações literárias para ingresso, têm o meu total apoio. Efectivamente é mesmo só por causa do estigma, pois a maioria dos militares que ingressam na instituição, fazêm-no com habilitações superiores às exigidas.
Quanto à questão das possíveis movimentações de miliatares e agentes da P.S.P., já não estou de acordo com o que me pareceu ser a opinião da associação.Parece-me ser consensual que terá de haver uma reorganização das competências territorias das Forças de segurança, principalmente por uma questão de operacionalidade, pois melhorando-se essa operacionalidade, estamos a melhorar o serviço prestado às populações, que é a missão das forças de segurança. É obvio que isso vai acarretar movimentações, com as consequências para quem for atingido. Mas entendo que o militar da Guarda que se convenceu que iria fazer toda a carreira no mesmo local, cometeu um erro, pois isso pederá acontecer com alguns. Talvez tenha esta opinião, por já ter sido movimentado algumas vezes, mas procurei preparar a minha vida familiar, prevendo essa possibilidade.
Quanto ao estudo da "Accenture", embora apenas tenha lido parte, tenho que concordar com a proposta da extinção do escalão " Bigada ", facto aliás entendido há muito, por muitos alguns " oficiais" desta Guarda. Só quem não está no terreno, poderá não entender isso. No referido estudo, é mencionado a dado passo, o pormenar do atraso de cerca de dezassete dias que se verifica, por exemplo, na troca de corespondência entre o escalão mais baixo e o mais alto. Embora muita gente faça os mais variados comentários sobre o estudo, tive recentemente um caso concreto, em que pude comprovar esse atraso. Foram cerca de dezasseis dias a mais, que a correspondência, seguindo o escalão hierárquico, levou a atingir o destino.
Estou numa área, supostamente alvo da reorganização territorial das forças de segurança. Em tempos fui abordado por um cidadão, que por uma questão de respeito pela nossa instuição, me informou que estaria eventualmente a ser preparada uma manisfestação de contestação à possível saída da P.S.P, mas que não visse-mos isso como uma falta de confiança na GNR. Manifestei-lhe a minha opinião, dizendo-lhe que ao assumirem uma posição dessas, poderiam estar a transmitir a ideia que haveria cidadãos de 1ª e de segunda, dizendo-lhe que na minha mudesta opinião, o que as pessoas deveriam fazer sentir, era que não teriam nada a opor, desde que a força que ficasse a policiar o Concelho, tivesse o nº de agentes ou militares, práticamente igual ao somatório do existente actualmente entre as duas forças. Passados alguns dias, fui novamente abordado por esse indivíduo, referindo-me que tinha estado a falar com alguém com responsabilidades no Concelho, que lhe referiu que era pertinente essa questão, que nunca tinham pensado nesses termos.
Pode ter sido apenas um gesto de cortesia, o que é certo é que até hoje ainda não se voltou a falar em manifestação.É evidente, que poderá ser devido ao facto de ainda não haver uma posição oficial sobre os Concelhos alvo dessa reorganização.
Parece-me contudo que é essa posição que os Comandos da Instituição terão que tomar, se querem efectivamente defender os interesses das populações e prestigiar a imagem da instituição e, não permitir o que tem acontecido até hoje, nas zonas em que a Guarda substituiu a P.S.P, em que após a faze inicial teve um efectivo ligeiramente inferior, mas rápidamente começou a diminuir o efectivo quase para metade, o que consequentemente se reflecte no sentimento de segurança que se transmite às pessoas.
Estou convencido que a grande maioria dos cidadãos não questiona qual a força de segurança responsável pelo policiamente da sua área, desde que o mesmo seja visível e eficiente. E quando digo visível, esse é o factor principal, pois uma grande maioria das pessoas não foi alvo de actos ilicitos, pelo que a simples visibilidade, torna-se um factor de tranquilidade e segurança. Nesse aspecto, penso que a P.S.P. sabe trabalhar a imagem da instituição muito melhor que a G.N.R.
Haveria muito mais para dizer, mas ficará para outra oportunidade.
Para terminar, gostaria de deixar uma palavra de incentivo aos membros da Direcção da associação,não se deixando afectar por alguns comentários mais negativos.
É, ou não, necessário manter de forma intransigente, a natureza militar da GNR?
As instituições tem a sua identidade, mudam naturalmente muitas das suas feições à medida que os tempos correm. Alterar este estado de coisas não é - como alguns defendem - violentar os hábitos e sentimentos ancorados na história das instituições. Afinal se tudo muda porque não podem mudar os conceitos de virtude e qualidade militares?
A modernização, necessária, não pode manter identidades que já passaram à história e nem o pretexto da natureza militar pode alimentar custos e interesses pessoais de carreira e outros. Uma força de segurança, seja qual for a sua natureza, só é digna se cumprir os objectivos no âmbito da sua missão: defesa dos direitos liberdades e garantias das pessoas e dos seus bens. "produzir segurança" não tem que necessariamente existir um pilar de suporte com cariz militar.
Não faz sentido que, hoje, em defesa da história das instituiçõs(corpos militares) se tenha que perder a noção do tempo e das realidades actuais no espaço geografico em que elas existem. A verdade é que ambiguidades quanto à natureza júridica da GNR só deixam "marcas" negativas na sua afirmação como força de segurança.
ABUSUS
Para ABUSUS:
A natureza militar da Guarda é tão necessária como isto, independentemente de militarismo:
a perda da natureza e estatuto militares implicam a extinçao pura e simples da Instituição.
Há que escolher.
Caro Zé Guita,
Sinceramente, ao fim de 25 anos de Guarda, ainda não consegui perceber o que é "a natureza militar da Guarda".
Será o não haver um horário de trabalho definido? Será que ao militar da Guarda se possam mandar desempenhar todas as tarefas? Será porque não se deve pagar o trabalho extraordinário? A Guardia Civil, que tanta vezes trazemos à discussão, para o que interessa às Chefias, já não interessa discutir quando se fala no horário de trabalho de 35 horas semanais horas extraordinárias, prémios de produtividade, etc.
Ao Zé Guita:
Civilismo versus militarismo (são ismos = ideologias);elites e cooptação, poder simbólico, centralização versus descentralização, mérito e aristocracia,estado social e estado mínimo (Compromisso Portugal) Modernidade e pós-modernidade,Representações e imagens do Poder.
Neste "tempo de vésperas", assiste-se ao claudicar de um paradigma. O jogo político já não precisa do poder militar para se afirmar. Segundo este "novíssimo príncepe" , os militares estão a mais e serão uma espécie de anacronismo. O modelo napoleónico, q inspirou a nossa Administração Pública, está sendo desmatelado em favor dos postulados neoliberais. A Guarda está sendo ruralizada (SEPNA e GIPS)e vai ser reconduzida ao modelo original de 1911. Só a preversão do Partido Democrático de Afonso Costa fez com q a Guarda fosse outra coisa - Guarda Pretoriana à semelhança, aliás, das Guardas Municipais, q foram autênticas Guardas Reais, q combatiam o librallismo em favor dos interesses do poder real.
No fim de contas, o debate certo seria a criação de um corpo nacional de polícia .Como este corpo se poderia organizar? Como operacionalizar esta nova superestruta q aglutinaria todas as outras? Como domesticar esta força em favor do poder político? Com militares subservientes ou com zelosos borucratas?
N.B: O fantasma de César e de Fouché são hipóteses irrelevantes neste tempos de UE. A ideologia q vinga é o civilismo nas polícias. As forças charneiras são anacronismos nesta visão neoliberal: o estado é minimo e as suas polícias também...
Guarda Abel
Ao Guarda Abel
Caro (julgo) companheiro:
Estou de acordo coma sua posição mas para que a "sua e minha" corrente de opinião possa ter expressão e ser ouvida nas alturas, é preciso sair do anonimato.
Aqui não me vou identificar, mas há muito que saí do anonimato, para ser uma voz incómoda para os bem instalados.
Despenso apresentações, porque sei que desde o CG/GNR até ao MAI todos sabem o meu currículo e os príncipios que defendo, o que desejo para a Guarda.
Não me escondo atrás do pano (como os comentadores que habitualmente aqui lançam anátemas, contra oa que dão a cara)pois sempre dei a cara publicamente e sempre disse a quem de direito (quando tenho oportunidade) o que vai na alma dos camaradas da GNR, como gostaria de ver a GNR do futuro.
Sei que o que isto me tem custado, pois ser dirigente associativo activo, não é fácil, ainda que pareça.
No meu cadastro, contam-se muitas "batidas e dores de coração",- 17 anos ligado ao movimento associativo, GF E GNR - de 1990 a 2007. Modéstia à parte; Nesta área já sou mestrado e sinto que tenho autoridade moral para dizer o seguinte:
Senhores filósofos, doutores, Oficiais, Sargentos, Praças não esqueçam que o anonimato é uma forma cobarde de luta e nada resolve. Colaborem lutem de cara descoberta, esqueçam o carreirismo.
Os melhores frutos só se colhem com sacríficios, claro está que nem todos os vão colher no nosso tempo, mas pensemos nos vindouros.
A Guarda não acaba nem se esgota nesta geração, ela perpetuará no tempo.
Unidos por uma Guarda e futuro melhor, falemos a uma só voz.
"Napoleão Bonaparte"
A parábola da militarização (numa perspectiva construtivista)
Era uma vez uma fábrica de automóveis. Certo dia, há muito tempo, houve necessidade de nomear um director para administrar a fábrica. Como não havia gente capaz para administrar a fábrica, o Presidente do Conselho de administração chamou um General do Exército. Com efeito, os militares, nesse tempo, eram os únicos com competência adequada. Com o passar dos anos, o General e os outros que lhe sucederam foram impondo a cultura organizacional que melhor conheciam e que dava mostras de ser capaz em resolver os problemas de laboração e produtividade. Aos poucos, os Generais administradores foram impondo aos operários as regras castrenses de organização e disciplina militar, chamando até para seus colaboradores outros camaradas de armas, colocando-os em locais de direcção, chefia e supervisão. A fábrica, com o passar dos anos, ficou um autêntico quartel do Exército, afeiçoando-se ao modo militar de fazer as coisas…
Ano após ano, os carros lá saíam da linha de produção e conseguiam-se vender. O cliente não era muito exigente…
Mas a certa altura os mercados mudaram, a clientela fartou-se dos carros e os operários militarizados começaram a ficar descontentes com as condições de laboração, questionando até se não haveria outra forma de fazer carros. Afinal haviam outras fábricas que faziam bons automóveis e os vendiam bem, mas não tinham Generais a administrar. Os Generais, que dirigiam a fábrica, começaram a ficar desnorteados. Certo dia, o Presidente do Conselho de administração, ao ver a quebra nos lucros e a desvalorização das suas acções, teve de tomar medidas enérgicas. Chamou uns gurus da nova teologia, desculpem, digo ciência da gestão. Estudaram o problema e fizeram um conjunto de propostas: mudar a forma de trabalhar, fazer novos modelos de carros, organizar a fábrica seguindo outros padrões, etc.
O problema é que os Generais, horrorizados, não compreendiam onde tinham falhado, não queriam abandonar o seu modelo de gestão e também não queriam perder os seus lugares e muito menos retirar a cultura organizacional que tantos prezavam Teimavam em persistir no erro de fazerem Trabants em vez de Mercedes. A coisa arrastou-se até que os accionistas se fartaram. Fechar a fabricar, reconvertê-la, mudar a direcção, procurar um parceiro estratégico para uma fusão. Enfim uma miríade de decisões que urge tomar. Uma coisa é certa, com Trabants a fábrica não sobrevive.
Guarda Abel
Para Guarda Abel
Estamos de acordo, eu também prefiro o Mercedes.
Mas esfarrapo-me para fabricá-los sem ter que fechar a fábrica.
Zé Guita,
para fabricar Mercedes é preciso calçar bota da tropa e andar com elásticos nas calças?
No mato é que era preciso andar com as calças justas para não bater nos arbustos e fazer barulho.
Quem sabe quem é o Napoleão
Tão pequeno e com tanto peito Napoleão Bonaparte!
Ao comentador que mandou a piada:
« Tão pequeno e com tanto peito Napoleão Bonaparte !» Só tenho a dizer:
Os homens não se medem aos palmos, nem a inteligência e saber pelos ombros.
Faça a sua parte na defesa do colectivo, tanto quanto eu e outros companheiros temos feito, e depois apresente-se.
Mostre qual têm sido a sua luta, a sua bandeira.
Talvez bem sentado e sossegado na poltrona, à espera que outros ponham o barco a navegar para o senhor embarcar.
No anonimato é fácil, mandar "bitaites". Dar a cara é que é díficil. Pois é, lá se ia a carreirinha às malvas...
Eu sei bem e até os conheço pelo andar, quem são os revolucionários da caserna.
Na Guarda são muitos e olhe, é assim que vão morrer. Tristes, cobardes e conscientes de que enquanto cá andaram, nada fizeram pelas gerações que hão-de vir.
Tudo o que fizeram, foi talvez dizer mal do sistema às escondidas, porque publicamente nunca o fizeram, "atiçam" outros para o dizerem.
Fiquem em paz e que Deus os acompanhe...
Para o anônimo dos elásticos
Claro que não é preciso calçar botas para fabricar Mercedes...
Basta, com disciplina, trabalho, trabalho, trabalho... inovar no fardamento, no equipamento, nos processos e... nas mentalidades.
MAS, não é preciso fechar a fábrica e tratar os trabalhadores como coisa.
Napoleão,
ouvi dizer que muitos anos passados no mar, dão azo a alguns tiques menos másculos.
Não te quero ver um dia destes admirador de "decoradores de interiores".
Já sei, já sei, vais dizer-me que a tua admiração pelo "estrelado geógrafo", só tem a ver com "tacticismo". De táctica claro!
Foi alguém de Pirescoxe que te aconselhou!
Seja!
Põe-te a pau com o Major!
O gajo quer mesmo apear-te da cadeira!
Camaradas e amigos parece que já começa a haver fumo branco acerca da distribuição geografica das FS. Assim a proposta da PSP que parece ser a mais concensual no MAI vai no sentido de esta FS abandonar todas as localidades com população inferior a 12 000 habitantes e reivindicar para si todas as outras, que tenham ou apresentem população superior. Este Ministro parece que vai ter em atenção as propostas da PSP liderada pelo Procurador em detrimento das nossas. Parece ainda que está prevista uma redução dos militares nas cidades de Lisboa e Porto, e possível deslocação para outras localidades/serviços. É caso para meditar e como um nosso camarada disse parece que desta vez vamos ser atirados para trás das estevas.
Guita
Eu estou a precisar de pedreiros, electricistas e estucadores.Pago bem.
Domingos Nevoeiro
Benfeitor
Falou-se em Pirescoxe?
Não me digam que a filha do homem também trabalha aqui?
Bom, o Baião não sei onde anda? Mas se calhar anda para aí! A fazer outra associação!!!
É preciso estar-mos atentos.
(vizinho de Piescoxe)
ENQUANTO DISCUTIMOS MUDANÇAS, DE FECHO E ABERTURA DE POSTOS OU MAIS SIMPLESMENTE DOMINAR DETERMINADA ÁREA, JÁ ALGUÉM SE INTERROGOU LUTARMOS POR CONDIÇÕES CONDIGNAS DE UM SER HUMANO, OU VAMOS CONTINUAR A ASSISTIR A COMANDANTES DE POSTO A DORMIR EM ANTIGAS CELAS DESTINADAS A VULGARES CRIMINOSOS EM QUE SE SUJEITAM A INTEGRAR NÃO POUCAs vezes escala de atendimentos e piquetes!!!!
será de bom tom sabermos que rumo queremos tomar e os nossos comandos olharem para quem na realidade suporta esta grande força.!!!!!!!!!
Descobi este blog ao acaso e quero dizer que é muito bom a existencia de um espaço online onde se possam discutir ideias sobre a Guarda, dar opiniões e também saber ouvi-las... Só queria abordar uma breve questão, a do anónimo acima assinalada "comandantes de postos sem condições..."; dura realidade, sem dúvida e os restantes militares? Desses ninguem fala? do patrulheiro! Aquele que dá a cara pela imagem da Instituição todos os dias... que trabalha sem meios quase nenhuns e que ninguem olha para ele! Não seria de bom tom tentar mudar alguma coisa?! É que se estamos à espera que alguem de baixo mude alguma coisa vamos morrer sem nada... A mudança tem que partir de cima e quando se fala em restruturação esperemos que seja para mudar algo para melhor para o Territorial também, que não se olhe só as especialidades que de bom já têm muito... Agradecimentos
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